Eu tenho um primo que, quando era gay, era um cara muito legal.
Um dia, ele surtou e voltou a ser evangélico, casou com uma ex-prostituta e abandonou velhos amigos...eu, inclusive.
Ele alegou que era "aceito" no meio protestante. Suas irmãs são fanáticas religiosas e eu até imagino a pressão que ele deve ter sofrido para retornar à antiga religião. Só não entendo esse papo de ser "aceito".
Enfim, dia desses, por acaso, nos cruzamos e ele desviou o olhar, o trajeto e pareceu querer evaporar a falar comigo. Mal sabia ele que a recíproca era verdadeira: eu preferia evaporar a dizer "Oi, cara, como vai ?" se, na verdade, não me importa como ele está vivendo, onde, quando e porquê se perdeu...Que seja feliz com sua ex-prostituta e sua condição de ex-gay reconvertido...Se é que felicidade habita quem ainda busca aceitação.
Ao mesmo tempo que quis evaporar ao encontra-lo, alegrei-me e agradeci ao meu Deus por ter-me feito um homem liberto. Eu sou livre. Não temo a mim mesmo.
Caminho de cabeça erguida porque não busco me encaixar. Eu me aceito. E eu só presto atenção no que realmente me é importante...O que não presta, muda de trajeto e evapora da minha frente !
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