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terça-feira, 2 de setembro de 2008

Nem a cabala pôde acaba-la !


Eu achei que aos 50 anos de idade a carreira musical de Madonna esfriaria e entraria em processo de desaceleração, como é comum acontecer com os artistas. Subestimei a loira. Ou seria a morena ? - A ruiva ? - A sarará ? - Como Madonna está ?

Mutante e reinventiva, também não deixa de ser previsível. Achou o filão do sucesso e, ainda assim, ousa pastar em outros campos.

Com seu novo álbum e turnê "Hard Candy", Madonna prova ter fôlego e vitalidade além do normal após décadas de estrelato. Ser estrela não lhe é um fardo, como o é para Britney Spears ou Amy Whinehouse, por exemplo.

Madonna se promove como ninguém e tudo o que faz ou diz parece ser mais um golpe para se manter diante dos holofotes da mídia. Sua religião é sua carreira. É nisso o que acredita e defende. Papo furado aquele negócio de estudar a cabala judaica. Puro marketing. Ela não sai de seu eixo e seu eixo faz o mundo pop girar ao seu redor. Madonna é ícone. É símbolo. É referência.

Hard Candy (que eu adoro traduzir como "rapadura") é dançante do começo ao fim, sem aqueles questionamentos existenciais ou dúvidas cruéis. É música para ouvir e dançar e não ouvir e pensar. "Pensar em quê ? - Pensem em mim !" - deve dizer a diva em sua trincheira de trabalho árduo, cercada dos melhores produtores, DJs, bailarinos e outros seres que seguem seu rastro, farejando os 15 minutos de fama que a proximidade com Madonna lhes dará.

A música que lançou este novo álbum foi "4 Minutes", onde ela vampiriza o sucesso de Justin Timberlake. Madonna já sugou qualquer possibilidade de ascenção de outras estrelas como Michael Jackson, Cristina Aguilera e Britney, que enlouqueceu depois daquele beijo na boca de Madonna numa premiação da MTV e arruinou sua carreira...rapadura é doce, mas não é mole, não !

Em Hard Candy podemos conferir outras madonices bem típicas como "Spanish Lesson", uma releitura de "La Isla Bonita", musiquinha feita para agradar a comunidade latina. E "Give It To Me", musiquinha feita para agradar a comunidade GLS. Tem também "Miles Away" com uma batida gostosa e o disco todo é feito disso mesmo: musiquinhas com batidas gostosas para agradar todas as parcelas da humanidade.

Madonna é assim: aos 50 anos parece ter apenas começado a trilhar o caminho do sucesso com suas baladas que grudam nos ouvidos e visual que se renova até a infinidade das possibilidades. E ainda mantém a língua afiada mandando recado às outras quando diz que "She´s Not Me" (Ela Não Sou Eu) e "Even The Devil Wouldn´t Recognize You" (Nem o Diabo Te Reconheceria). Danada, né ?
É música fácil, sem compromisso e, por isso mesmo, ficará para a eternidade, independente de cabalas ou crucifixos. Alguém duvida ?
Afinal, a mulher já nasceu Nossa Senhora...

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