Um viral que se espalhou pelas redes sociais como praga e elevou Luíza Rabello, 17 anos, paraibana, que fazia um curso de intercâmbio no Canadá, ao posto de celebridade do momento.
Luíza Rabello |
A onda parece ter passado com a súbita volta da garota. A piadinha perdeu a graça, ainda que jornalistas do calibre de Carlos Nascimento tenham-se dado ao trabalho de comentar da falta de inteligência do povo ao eleger Luíza como musa do verão. Puro preconceito. Onde poderiam os nobres sulistas imaginarem que uma paraibana pudesse ser linda, rica e estudar no Canadá ?
Não. Isso é coisa para o povo "bem nascido" do Brasil, não para os miseráveis nordestinos.
E aí mora a grande burrice: nem todo nordestino é miserável assim como nem todo sulista é bem nascido. Mas inteligente mesmo foi Nascimento ao trocar a Globo pelo SBT, apresentando um jornaleco que ninguém vê. Inteligente devem ser os programas do SBT como o do Ratinho, da Cristina Rocha e Sílvio Santos.
As piadas com Luíza foram, acima de tudo, um repúdio popular ao texto da propaganda estrelada pelo seu pai, o colunista social Gerardo Rabelo que, ao vender um condomínio, dizia que a sociedade paraibana aplaudia o empreendimento menos Luíza que estava no Canadá. Foi isso. Nada além. Nada ofensivo contra a garota ou sua imagem, apenas repúdio ao esnobismo.
Isso incomodou muita gente que ignora as modinhas de verão. É como Michel Teló e seu "Ai se eu te pego, delícia"...uma moda passageira que tão logo mude a estação cairá no esquecimento como caiu o "Quero não, posso não, minha mulher não deixa não" do verão passado.
Tudo sem seu tempo de vida e o destino inevitável é se acabar.
Já a brincadeira com Luíza há que ser vista pelo lado positivo. Ao invés de se discutir a inteligência ou seriedade do assunto, veja-se o lado quase abstrato da discussão: divisão de classes e diferenças sociais.
Sim, tudo começou porque a propaganda tinha um tom arrogante, esnobe e se destinava a uma micro parcela da sociedade. A exclusividade não tem mais espaço num mundo onde a voz de todos é ouvida na velocidade dos bytes. Basta um se indignar, outro concordar, mais um compartilhar e a rede se expande.
Ao menos para alguma coisa o "Efeito Luíza" serviu: cuidado com o que falam porque pode virar piada nacional !
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