Cada Macaco no Seu Galho

O sentido de humanidade enquanto raça e noção de solidariedade está se esgotando.

Não ouso classificar mais o Homo Sapiens como humano, a menos que de forma pejorativa.

Não há mais unidade entre os humanos. É cada um por si e cada um em sua bolha de realidade.

Adventos do novo milênio fazem o Homem pensar que é um ser auto-suficiente, menosprezar as demais espécies e pensar que o universo está aí como espectador de sua existência. É super importante ser humano, ainda que palavras como paciência, fraternidade e autruísmo não sirvam mais para adjetivar um ser humano.

A internet conecta pessoas sim, sem dúvidas, mas por vias desumanas. Ela acabou com o aperto de mãos, o abraço, os olhos nos olhos, o companheirismo...Amizade, hoje, depende da velocidade de conexão compartilhada por duas pessoas. Aliás, as pessoas nada mais são que "perfis" e suas fotos digitais.

Os livros de auto-ajuda são outro vilão da nova era. Pregam que qualquer um pode resolver seus problemas sozinho, qualquer um pode canalizar pensamentos positivos e atingir seus ideais.

A meu ver, auto-ajuda é um exercício de egoísmo e treino para a solidão.

Quem pode viver só ? - Quem pode se distanciar do convívio social e rejeitar as soluções que os amigos nos trazem ? - A única bolha que merecemos é o útero materno; depois dele, pertencemos ao mundo.

Aquele que se fecha em seu mundinho e se comunica por "emoticons" está fadado a ser esquecido, assim como quem crê na indústria da auto-ajuda como salvação absoluta. Não, humanos, nós não estamos sozinhos ! - Não deixem estas idéias criarem ramificações, criarem metástases que infestarão o seu dia-a-dia com frustrações e silêncios.

Voltemos à espontaneidade ! - Lembram dos movimentos sociais que se organizavam pela vontade coletiva e não por força de ONGs ? - Estas coisas nos afastam um dos outros e de nós mesmos.

É como se perder de Deus e eu não quero !

Eu não quero me perder...

Eu não quero te perder..