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No oitavo dia da criação
Eu subi aos céus
E beijei a boca de Deus
Ele cuspiu de lado
Se sentindo enojado
E eu fiquei calado
Vendo o escarro da boca de Deus
No décimo dia da criação
Eu desci ao inferno
E beijei a boca do diabo
Ele engoliu meu gosto
Fecundando um filho morto
E eu fui pai do nada
Do diabo escutei gargalhadas
Olhando o pecado do aborto
No último dia da criação
Eu vim à Terra
E fui filho tendo sido pai
Assustado, fiquei acuado
Enojado, cuspi na boca de Deus
E me sentindo ludibriado
Fiz renascer o filho do diabo
Que estava em prantos
Esquecido num canto
E eu, o Divino Espírito Santo
Pai do nada e fillho de tantos
Em nome do pai e dos filhos meus
Me suicidei rindo do diabo
E cuspindo na boca de Deus
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