Era com este bordão que a apresentadora Xuxa entrava na casa de milhões de brasileirinhos todas as manhãs, durante anos, para lhes deturpar conceitos de infância e infantilidade.
Foi Xuxa quem ensinou aos “baixinhos” a consumir produtos, moda, modismo. Pôs meninas a se comportarem como mulheres, inclusive despertando a sexualidade precoce delas. Em seu rastro surgiram vários clones: Mara Maravilha, Eliana, Jaqueline...todas pregando o estilo xuxesco de viver.
O programa da Xuxa sempre foi recheado de símbolos sexuais. As próprias Paquitas, turma de garotas que a ajudavam no palco, eram a personificação da estudante safadinha, da Lolita, da Anita. Tinham nomes infantis como Xiquita, Pituxa.....mas bem podiam ter se chamado de Xupona, Xavasquita, Priquitita...
Xuxa detonou toda uma geração de brasileiros. Graças aos deuses, a Rede Globo reviveu o Sítio do Pica-Pau Amarelo, baseado na obra homônima de Monteiro Lobato, que fala de um sítio encantado onde tudo pode acontecer, exceto, que Xuxa chegue numa nave acompanhada por uma horda de ninfetas e seus produtos.
Tempo bom foi quando se produzia musical infantil. Eram exibidos em horário nobre e estrelados pelos grandes astros da MPB. Isso sim, tinha qualidade e respeito à criança. O Plunct-Plact-Zum, A Arca de Noé e tantos outros embalaram os sonhos dos “baixinhos” da minha geração, sem que a nós nos fosse imposto a compra de algo. Era pura e simplesmente a criançada no seu mundo de sonhos, heróis e vilões, ao som da melhor música brasileira possível.
Não quero ser saudosista e viver de passado. Beijinho, beijinho e xau xau para a Xuxa. Seu tempo passou e hoje ela amarga magros índices de audiência. Graças aos deuses.
Não temo pelo que vem a seguir para as crianças do Brasil. Nada poderá ser pior do que a Rainha dos Baixinhos o foi.
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