Não acredito que uma cena de discriminação voluntária tenha passado despercebida aos milhares de ativistas, militantes e ONGs que defendem os direitos dos homossexuais.
Pois, fiquei chocado ao ver, no filme "Ó Paí, Ó", a tal cena. Logo neste filme que faz uma defesa linda da raça negra.
Quando a travesti Yolanda (Lyu Arisson) desce a ladeira, fumando, ao encontro do seu amante Reginaldo, a trilha sonora é a música Tô Carente (Edu Luppa/ Tivas/ Marquinhos Maraialde) , interpretada pela Banda Calypso (ou algo assim) que diz: "estou infectada com o vírus da paixão...", numa alusão clara à conexão HOMOSSEXUAL x AIDS.
Ainda se prega a AIDS como "peste gay" e é por essa ignorância, levada ao grande público em mensagens sutis como a deste filme, que a homofobia continua fazendo vítimas país à fora.
Será que só travesti tem AIDS na Bahia ?
Neste mesmo filme, há a cena da garota que faz um aborto por mês e nada sugerindo que ela possa estar com AIDS foi mencionado, apesar de que, obviamente, ela levava uma vida de promiscuidade, exposta ao contágio tanto quanto qualquer travesti, prostituta ou pessoa com vida sexual ativa desprotegida.
A edição do filme foi cruel com a personagem, com a comunidade gay, mas, principalmente, foi irresponsável.Depois de tantas leis que beneficiam a produção cultural brasileira, ainda nos deparamos com mediocridades deste porte, que disseminam inverdades em nome da arte.
Em tempo: o vírus do HIV não escolhe a quem contamina.
Um comentário:
Já assinei o RSS.
Muito bom, gostei do blog! Parabéns
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