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sexta-feira, 9 de março de 2007

OTTO - O Bom, O Novo e o Coração.Dele.


Eu queria poder encostar a cabeça no peito de Otto e escutar o batuque do seu coração. Otto tem não sei o quê lá dentro que o faz vibrar em outra freqüência. Tem de haver algo que explique aquela ternura e fúria, aquela busca ansiosa que há em seu som.

Otto é um pernambucano branco e grandalhão. E é negão, também. E é meio amarelado como papel de carta velha. Atrapalhado com tantas palavras que sabe e quer usar todas para se fazer entender. E é novo e renovante. E parece ter tentáculos eletrificados que saem de sua garganta meio desafinada. Otto é mais Bossa Nova do que Mangue Beat. E parece ter os testículos que pulsam no ritmo errado, dando charme ao que já é bom.

Um artista que corre no circuito off-mídia nunca tem o reconhecimento que merece. Ainda assim , Otto é respeitado não só na alcova dos alternativos, mas por todos que atingiram o nirvana da desconexão musical.

Ouvir a música de Otto é ser jogado de um lado para o outro, ter a percepção misturada à arritmia cardíaca dele. É um som eletro-regional, me atrevo a classificar. Um “regional” descompromissado e que olha para a frente, para o mundo. Tem zabumba, mas não é forró. Tem pandeiro, mas não é samba. Tem sampler e não é techno. É Otto.

Quem me dera entender o mundo deste artista. Ou não. Melhor é me manter calado e esperar pela próxima criação. Otto há de sempre parir o bom, o novo e o coração. Dele.

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