Até que a morte os separe

Casados, 2 filhos, de mudança para a casa própria, empresa prosperando, aprovação em vestibular para direito...

Um casal jovem semeava o que viria a ser uma vida de alegrias e conquistas. Tudo dava certo até que uma motocicleta entrou em suas vidas.

Uma semana depois de comprada, a moto estava estacionada na garagem, coberta, como menino que se esconde depois de fazer besteira.

O pai da família estava hospitalizado. Traumatismos múltiplos, edemas, perfurações, cirurgias, coma e o diagnóstico mais doloroso: paraplegia.

Sua coluna foi fraturada, seu cérebro perdeu massa, uma infecção acometeu os pulmões e, ainda assim, ele estava lá...vivo.

Acidentes dilaceram, aleijam, matam. Um casal foi dilacerado. Uma família foi aleijada, condenada a cuidar de um pai-vegetal até que a morte os separe.

As vezes, penso que morrer é melhor do que ter uma "sobrevida" de dependência. Importunar o próximo é insuportável, a meu ver. Esperar pela vontade alheia para que suas necessidades sejam saciadas é o inferno, é ser enterrado vivo.

Uma semana depois do acidente com o pai, a filhinha foi hospitalizada com desitração aguda.

A morte continua tentando os separar...mas eles ainda estão lá...vivos !

P.S.: os fatos aqui narrados aconteceram de fato.